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Paraná busca fomentar abastecimento com gás natural em veículos pesados

- 15 de dezembro de 2021
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Um combustível mais limpo que proporciona consumo e desempenho de motor similar ao do diesel. Assim é o gás natural, cujo abastecimento voltado a veículos pesados a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) busca fomentar por meio do projeto Corredor Azul, que tem como objetivo implementar rotas estratégicas e infraestrutura de abastecimento concentrado no transporte de cargas.

Por meio da iniciativa, a Companhia quer ampliar o número de postos no Estado que ofertam essa modalidade de combustível para caminhões, bem como o número de veículos pesados que utilizam o gás e ainda contribuir para a redução de emissões de poluentes.

“Entendemos que há uma janela de oportunidade para ampliar a participação do gás natural na matriz de transportes no País e destacá-lo como essencial para a transição energética dentro do contexto de mudanças climáticas”, diz Rafael Lamastra Junior, diretor-presidente da Compagas e presidente do Conselho de Administração da Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado).

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“Na medida que é um insumo menos poluente que outros de origem fóssil e está presente em nosso dia a dia como uma fonte viável para todos os segmentos de mercado, ainda contribui para o desenvolvimento de novas tecnologias e a aplicação do combustível em maior escala”, acrescenta.

O nome Corredor Azul surgiu de um projeto desenvolvido na Europa que estruturou rotas e infraestrutura de abastecimento de gás natural focado no transporte de cargas e permitiu a cobertura das principais rotas de escoamento de cargas dos países que integram o continente, bem como a diversificação energética nesse segmento.

No Brasil, o projeto nasceu no Paraná, por iniciativa da Compagas, e hoje é uma realidade em diversos estados. O objetivo comum é o de interligar rotas de transporte para que os caminhões possam rodar pelas principais rodovias do país utilizando o gás natural e o biometano (combustível comparável em condições técnicas ao gás natural, já que após o refino atinge alta concentração de metano em sua composição).

Em Curitiba, um posto localizado na Cidade Industrial já abastece diariamente caminhões movidos 100% a gás natural que percorrem a rota São Paulo – Curitiba para o transporte de mercadorias ligadas ao e-commerce. Cada caminhão tem a capacidade de abastecimento de 230 m³ de gás natural e este volume garante uma autonomia de mais de 400 quilômetros para o veículo – ou seja, ele consegue rodar da capital paranaense até o retorno à cidade paulista com o volume abastecido.

ALTERNATIVA – Consultor da iniciativa privada especializado em gás natural, Ricardo Vallejo diz que que o segmento de transporte é o maior consumidor de energia do País [cerca de 33%], e como o Brasil não é autossuficiente, especialmente no que diz respeito ao diesel, uma parcela significativa (23%) do que é consumido precisa ser importada. Nesse cenário, encontrar alternativas é mais do que necessário, especialmente em razão do impacto da importação na economia.

“O Brasil precisa, como agenda, encontrar um meio para fazer essa transição energética do diesel, que atinge a balança comercial do país”, alerta Vallejo. “Em 2019, de acordo com a ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis], foram gastos US$ 6,6 bilhões em importação de diesel. Trazendo para o contexto atual, recentemente o valor do barril bateu US$ 83. Além disso, o real está muito desvalorizado. Se mantivermos essa tendência de 23% ou mais de importação por ano, com certeza teremos perdas [econômicas]”.

Vallejo lembra ainda que veículos leves têm o etanol como opção de renovável, mas para os pesados ainda há poucas tecnologias para substituir o diesel, já que a eletrificação de caminhões e ônibus ainda é uma realidade muito distante, tanto pela autonomia quanto pela potência – assim o gás natural e o biometano são combustíveis mais limpos que se mostram favoráveis e presentes no cenário atual.

Segundo Luciano Cherobim, assessor de Novos Negócios da Compagas, no que se refere ao mercado de gás, o indicativo é de crescimento na oferta interna do combustível. “As projeções de aumento nas ofertas de gás natural e biometano no Brasil demonstram um mercado potencial para inclusão destes combustíveis em substituição ao diesel, promovendo o aproveitamento da riqueza interna, menor dependência do diesel importado e principalmente suas inserções na transição energética para um mercado mais sustentável”, afirma.

Fonte: AEN

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