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Papa Francisco: Um homem de Palavra

- 24 de abril de 2025

Esta semana, o mundo perdeu um dos homens mais influentes. E também um dos melhores comunicadores que a Igreja Católica já teve. O Papa é a principal voz da Igreja em todo o planeta, e o Papa Francisco mostrou que, para essa função, é preciso também ser comunicador. De maneira simples, como todo mundo o descreve, ele conseguiu mostrar que a comunicação entre a Igreja e a população em geral é primordial para nos manter na fé.

Ele trocou sua equipe de comunicação diversas vezes, como a repórter Ilze Scamparini já contou. Mas ele também fez uma das coisas que nenhum outro Papa conseguiu: ser transparente. Ele mesmo chegou a escrever diversos comunicados para a imprensa. Repetiu esse “costume” com ainda mais veemência recentemente, quando esteve doente. Pediu para que todos fossem transparentes, e que ninguém omitisse nenhuma informação — nem sobre ele, nem para o povo.

A comunicação desse homem “Hermano” ainda passou por algo que a Igreja Católica Apostólica Romana jamais havia feito. A comunicação desse homem, “hermano”, ainda passou por algo que a Igreja Católica Apostólica Romana jamais havia feito. Para àqueles que a própria Igreja feriu, ele pediu Perdão.

E com o pedido de perdão fortaleceu ainda mais a ideia de que comunicar é, antes de tudo, um ato de humildade.

Pedir perdão publicamente por episódios históricos dolorosos não o enfraqueceu. Pelo contrário. Revelou uma Igreja disposta a olhar para suas próprias feridas e, sobretudo, a escutar as feridas do outro.

E escutar as feridas do outro também abriu as portas da Igreja para o acolhimento, quando a principal autoridade da Igreja, novamente com palavras singelas, soube acolher os gays.

Com a frase que rodou o mundo — “Quem sou eu para julgar?” — ele quebrou um silêncio histórico e abriu um caminho de empatia e respeito. Não se tratava de mudar doutrinas, mas de mudar olhares, palavras.

Papa Francisco entendeu que, antes de qualquer coisa, estão as pessoas. E que todas elas — independentemente de sua orientação sexual, sua história ou seus erros — são dignas de amor, de escuta e de presença.

Movida pela figura que é o Papa, e também sentida pela morte dele, eu assisti ao seu documentário Papa Francisco: Um Homem de Palavra.

E foi ali que eu pude comprovar que a Igreja consegue, sim, ser mais próxima do povo. Com sua linguagem, ele esteve no meio dos pobres, dos abandonados e esquecidos pela sociedade. Seu ensinamento, mostrado nesse documentário, é que devemos saber ouvir.

Ele falou com os pobres. Mas falou também com diversos líderes mundiais e religiosos, promovendo o diálogo inter-religioso, a paz e a justiça social. Falou com o cristianismo libanês, com os budistas, dialogou com líderes judeus combatendo o antissemitismo. Encontrou-se com representantes do Islã, como o xeque de Al-Azhar, uma das principais autoridades muçulmanas.

Com sua forma de comunicar e ouvir, conseguiu provar que a fé, em qualquer religião, só faz sentido se estiver acompanhada de ações concretas de compaixão, escuta e fraternidade. E que isso só é possível por meio de uma comunicação clara, simples, transparente e, principalmente, humanizada.

E é por tudo isso que o documentário que eu assisti com um aperto no coração, e que eu convido a todos a assistirem, não poderia ter um nome que o descrevesse melhor: Papa Francisco: Um Homem de Palavra.

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