O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (NUCRIA) de Cascavel divulgou nesta quarta-feira (3) um novo balanço das investigações sobre supostos crimes praticados pelo padre Genivaldo Oliveira dos Santos, de 42 anos, e também envolvendo o falecido arcebispo Dom Mauro Aparecido dos Santos.
De acordo com a Polícia Civil, foram realizadas 38 (trinta e oito) oitivas no âmbito do procedimento investigatório em curso, tendo sido identificadas 09 (nove) vítimas relacionadas ao investigado padre e 04 (quatro) vítimas relacionadas ao falecido bispo Dom Mauro.
As apurações seguem em andamento e, segundo a delegada titular do NUCRIA, Thais Regina Zanatta, ainda há número indeterminado de pessoas a serem ouvidas para a completa elucidação dos fatos. O interrogatório do padre, que está preso temporariamente desde 24 de agosto, ainda não tem data marcada e será realizado no momento processual oportuno, respeitando os princípios do contraditório e da ampla defesa.
Durante as investigações, foi constatado que a Igreja Católica, por meio da Cúria de Cascavel, contratou um advogado para prestar assistência a padres chamados a depor na condição de testemunhas. Em depoimento, os religiosos afirmaram que não haviam solicitado representação legal. “Para a autoridade policial, essa conduta pode ter sido utilizada como forma de acessar informações do inquérito, que corre sob segredo de justiça, além de levantar suspeitas sobre possível intimidação das testemunhas por eventuais represálias dentro da instituição” afirma o comunicado.
A Cúria foi procurada para comentar sobre a contratação dos advogados, mas por meio de assessoria informou que não irá se manifestar.
A Polícia Civil reforça que, em razão da gravidade dos crimes investigados e da necessidade de preservar as vítimas e testemunhas, informações adicionais só serão divulgadas quando não comprometerem o andamento do inquérito. A população pode colaborar com as investigações por meio dos canais oficiais da corporação, com garantia de sigilo às informações prestadas.
Relembre o caso
O padre Genivaldo foi preso no domingo, 24 de agosto, durante a deflagração da operação “Lobo em Pele de Cordeiro”, que cumpriu mandados de prisão temporária e busca e apreensão em Cascavel. O inquérito aponta que os abusos teriam ocorrido desde 2010, quando ele ainda era seminarista, envolvendo adolescentes em situação de vulnerabilidade social, atraídos por dinheiro, presentes e viagens.
Durante as investigações a polícia descobriu também casos de abuso envolvendo o falecido Arcebispo de Cascavel, Dom Mauro. Até o momento, foram confirmadas quatro vítimas ligadas à ele.








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