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PARTICIPAÇÃO, CONHECIMENTO E DECISÃO

- 17 de outubro de 2018

Comunidade se une para garantir recursos em Cafelândia

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Existem diversas maneiras de o cidadão comum interferir nas decisões do Executivo e Legislativo de seus municípios, claro, além do voto durante as eleições. A comunidade Santo Antônio em Cafelândia descobriu, depois de muito sofrimento, quais atitudes deveriam tomar para conseguir a tão sonhada estrada com calçamento poliédrico.

Em 2012, através de uma emenda do Deputado Estadual Elio Lino Rush, recursos vindos da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná – SEAB destinava mais de 1 milhão de reais para que a obra fosse executada. Parecia que os tenebrosos dias de chuva com caminhões atolados pela estrada da comunidade estavam finalmente chegando ao fim. Mas, a luta estava apenas começando.

“O movimento da estrada é grande, nós temos muitos aviários aqui na região, e por isso passam muitos caminhões, além dos carros que vão para Palmitópolis porque só tem essa estrada” conta o agricultor Cezar Círico.

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O convênio com a SEAB veio através do programa Caminho das Pedras do governo do estado. Ao todo o projeto contemplaria 10,8 km de pavimentação, sendo 6,8 km de Central Santa Cruz à Jotaesse, e 4 km entre Cafelândia e Central Santo Antônio. O investimento total, incluindo as duas estradas, chegava à ordem de R$ 1.791.505,68, com recursos repassados ao município a fundo perdido. A pavimentação de Central a Jotaesse foi concluída no ano passado, mas a comunidade Santo Antônio conseguiu com que as obras finalmente começassem somente em abril deste ano.

Os problemas para a execução da obra começaram ainda em 2012. O trecho que iria receber as melhorias na comunidade fica nas PRs 574 e 575. O entrave estava justamente no convênio. Por lei, os recursos só poderiam ser utilizados em estradas rurais municipais. Para a pavimentação poliédrica era necessário anuência do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
Cinco anos se passaram sem que o governo municipal realizasse a obra.

Há menos de 60 dias para vencer o prazo de utilização da verba, em julho de 2017 o prefeito Estanislau Mateus Franus esteve em Curitiba e tentou negociar junto à SEAB a aplicação dos recursos em outra estrada do município.

Em reportagem no site da prefeitura com data de 26/07/2017, o prefeito afirmou: “Nesta quinta-feira, 27, vamos nos reunir com o Conselho de Agricultura do município e decidir qual trecho está precisando do recurso, assim, se conseguirmos aplicar em outra estrada, vamos agilizar para fazer a obra o quanto antes”.

Correndo o risco de ficarem sem a tão sonhada melhoria na comunidade, em agosto do ano passado os moradores da comunidade do Central Santo Antônio montaram uma comissão. “Eu apresentei o projeto ‘Vereador na Comunidade’, e a intensão era mostrar que nós tínhamos um recurso em uma conta onde se estava perdendo o prazo, desta reunião montamos comissão” relembra o Vereador Charles Roling.

Já com o prazo prorrogado, a prefeitura organizou uma nova reunião na semana seguinte. A proposta apresentada pelo executivo era de remanejar os recursos para outra estrada do município. A promessa era de que futuramente eles seriam contemplados com asfalto. “O prefeito relutou que ali sairia asfalto e que ele tinha ofícios do Deputado Schiavinato e do André Bueno, mas isso era uma possibilidade” conta o vereador Charles. Cheia de incertezas sobre se o asfalto viria de fato, a comunidade optou por continuar com o recurso que já estava garantido, a pedra poliédrica.

Dois membros da comissão, Cezar Círico e João Luiz Felizetti chegaram ir à Curitiba junto com o prefeito Franus em busca de conseguirem a autorização do DER para realizar o calçamento poliédrico. No entanto, o impasse perdurou. O prefeito chegou à receber ofícios do vereador Charles questionando a demora e solicitando uma cópia do documento que deveria ter sido protocolado na capital. O edital com a autorização para realização da obra só veio em 20 de abril deste ano.

Três dias depois o prefeito Franus anunciou finalmente a execução do calçamento poliédrico, mas já correndo contra o tempo. A data limite para conclusão é 30 de setembro, e até agora foram realizados menos de 1,5km de calçamento. Parte do trecho concluído, no entanto, apresenta falhas de execução. No dia 11 de junho membros da comissão, agricultores e o vereador Charles realizaram uma vistoria nas obras. De acordo com ele, o prefeito Franus já foi notificado da qualidade do material utilizado e já tomou providências junto a empreiteira que realiza a obra.

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