O Governo do Estado divulgou nesta quarta-feira (4) o resultado da 32ª edição do Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia. Os nove vencedores receberam R$ 215 mil em premiações durante a cerimônia no Palácio Iguaçu, em Curitiba.
A iniciativa é da Superintendência Geral de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior. O superintendente Aldo Nelson Bona destacou a importância do prêmio, que tem como objetivo reconhecer o trabalho desenvolvido por pesquisadores, estudantes, inventores e jornalistas na busca por soluções inovadoras para as demandas sociais.
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“O prêmio é um reconhecimento a iniciativas inovadoras que possuem impacto positivo na melhoria da qualidade de vida dos paranaenses”, disse Bona. “Estes profissionais são referência no Paraná e no Brasil na produção científica e tecnológica. Queremos transformar o Paraná em um Estado inovador e para isso precisamos estimular o desenvolvimento de pesquisas em parceria com o setor produtivo”, afirmou. Os estudantes, professores e profissionais premiados reforçaram a importância de toda a estrutura universitária no fomento e popularização do conhecimento científico.
PESQUISADORES – Na categoria pesquisador venceram o professor Jesui Vergílio Visentainer da Universidade Estadual de Maringá (UEM), na área de Ciências Exatas e da Terra; e o professor Waldiceu Aparecido Verri Junior, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), na categoria Ciências da Saúde.
O professor Jesui participa do programa de pós-graduação de Química e de Ciência de Alimentos da UEM. Ele conquistou o prêmio com um estudo sobre acrilamida, substância presente no café que pode causar câncer. A pesquisa faz parte de um conjunto de estudos que visa identificar toxidez em alimentos que são consumidos no dia a dia, utilizando uma metodologia inovadora.
“Nossas pesquisas identificam quais alimentos são benéficos e quais causam problemas para nossa saúde, devolvendo para a sociedade conhecimento e bem-estar. O prêmio tem um papel essencial na garantia da visibilidade, além de estimular novas pesquisas no Estado do Paraná. Todos os países desenvolvidos financiam pesquisas de ponta e a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em conjunto com a Fundação Araucária, são órgãos essenciais nesse processo”, disse o professor.
Coordenador do mestrado e doutorado em Ciências da Saúde da UEL, o professor Waldiceu Verri Junior desenvolve pesquisa sobre novas moléculas, demonstrando os efeitos anti-inflamatório e analgésico em diversas doenças.
“Queremos desenvolver novos medicamentos com maior eficácia e menos efeito colateral. Iniciativas como a do Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia possibilitam um aprimoramento da pesquisa como ferramenta de ensino, desenvolvendo soluções para a sociedade e contribuindo para a formação de qualidade nas universidades”, destacou Waldiceu.
PESQUISADOR-EXTENSIONISTA – Já na categoria pesquisador-extensionista conquistaram a premiação os professores Marcos Cesar Danhoni Neves da UEM, na categoria Ciências Exatas e da Terra; e Karen Brajão de Oliveira da UEL, na categoria Ciência da Saúde.
Unindo arte e ciência, o professor Marcos Cesar Danhoni, do Departamento de Física da UEM desenvolveu um estudo sobre a subversão do tempo e do espaço no cinema e a interdisciplinaridade no ensino da Física.
“É importante aproximar as formas de ver, pesquisar e divulgar as tecnologias nas escolas e nas universidades, melhorando as formas de ensino. O prêmio é um reconhecimento dos profissionais que estão engajados no avanço da ciência e da tecnologia”.
HPV – Com o objetivo de compreender os agentes causadores do papilomavírus humano (HPV), a professora do Departamento de Ciências Patológicas da UEL, Karen Brajão desenvolve um projeto de extensão nas unidades básicas de saúde e no Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema.
São realizados exames para detecção molecular do HPV. A técnica consegue identificar o DNA do vírus antes mesmo dele provocar alguma lesão. O projeto também aplica pesquisa sócio epidemiológica, associando a presença do vírus com fatores de risco.
“As atividades de extensão alertam para a importância da vacinação e sobre a gravidade do vírus. Também identificamos os tipos virais mais comuns na região de Londrina e qual a população mais afetada e, a partir disso, elaboramos estratégicas direcionadas de prevenção”.
ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO – Também foram premiados os estudantes de graduação da UEL Everton José Santana e Caroline Yukari Motoori.
Everton é ex-aluno de Engenharia Elétrica e ganhou o prêmio com um estudo sobre um novo método de aprendizado que aumenta o desempenho produtivo de diferentes parâmetros utilizados em análises da qualidade da carne.
Caroline, estudante de Biomedicina, conquistou a premiação com o trabalho que analisou uma molécula chamada TGF Beta, que pode inibir o crescimento de tumores de mama em fases iniciais.
INVENTOR – Na categoria de Inventor Independente venceu o projeto Robô Laura, criado pelo analista de sistemas Jacson Fresatto. Utilizando tecnologia cognitiva, o sistema analisa, entende e conversa diretamente com a área operacional de uma instituição e assim, sabe de que forma pode auxiliar e facilitar o dia a dia dentro das organizações. O projeto já possui parcerias com seis hospitais do Estado do Paraná gerando prontuários eletrônicos.
O criador do projeto, Jacson Fresatto, destacou que o sistema encontra falhas operacionais e alerta os responsáveis, economizando tempo, recursos e até vidas no caso de hospitais.
JORNALISMO – Nesta categoria venceram Victor Lopes de Moraes, do jornal Folha de Londrina, na área de Ciências Exatas e da Terra; e Patrícia Berwig da TV Evangelizar, em Ciências da Saúde.
Victor produziu uma reportagem intitulada “do lodo ao bolso” sobre a utilização do lodo de esgoto para melhoria na fertilidade e controle da acidez do solo. “A pauta buscou contar histórias de pessoas que estão mudando de vida com a utilização do lodo. Eu fui bolsista das redes de referência da Agricultura Familiar do Instituto de Agronomia do Paraná e lá pude perceber a importância de iniciativas como essa. O prêmio é um reconhecimento expressivo do nosso trabalho”, explicou o jornalista.
Patrícia conquistou a premiação com uma reportagem sobre uma organização da sociedade civil de apoio às pessoas afetadas com a Síndrome da Brida Amniótica. “Temos a preocupação de contar histórias de superação que sirvam de exemplo para melhorar a qualidade de vida das pessoas. A reportagem demonstrou uma história inspiradora de uma mãe que buscou auxílio para sua filha com a ajuda de pesquisadores e, por meio da ciência, pode ajudar outras crianças”, destacou.
SOBRE O PRÊMIO – O Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia contempla a cada ano, em um sistema de rodízio, duas grandes áreas de conhecimento. Já são quase 110 premiados desde 1986, quando foi criado. As áreas previstas para o próximo edital, que será lançado ainda neste ano, são Ciências Humanas e Ciências Agrárias.
Fonte: AEN PR
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