Muitos agricultores ainda não conseguiram realizar o plantio da soja e a safra 2020/2021 começou trazendo dificuldades para os produtores do grão na região de Corbélia principalmente pela falta de chuva na região.
Em algumas regiões do Paraná o atraso no plantio já supera 30 dias. Em todo o estado, a média de área plantada é de apenas 16%, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral). No mesmo período do ano passado, o ritmo era de 33%.
A Região Oeste do Paraná principal produtor da oleaginosa no estado é o mais atrasado de todas as regiões. O Engenheiro Agrônomo Sérgio Shimilosk presta consultorias aos agricultores e conta que a semeadura está atrasada, e em sua área de atendimento apenas 37% está semeada. Em 2019 já havia sido realizado o plantio de 68% do total no mesmo período. Segundo ele, o atraso posterga também o plantio do milho safrinha em 2021.
Além do atraso no plantio, há ainda uma baixa qualidade nas sementes. Segundo ele em 2019, o ano não foi favorável para a produção de soja para plantio.
A expectativa é que o Paraná cultive a soja em 5,54 milhões de hectares, sendo que até o momento cerca de 1,8 milhão de hectares foram semeados.
“Nós precisamos de muita atenção no momento de fazer a semeadura. Ela é um dos trabalhos mais importantes que o produtor pode fazer já que ele tem somente uma chance de colocar essa semente no solo para que ela gere uma planta que gerar a produtividade da próxima safra.”
Sérgio explica ainda que diante do cenário de seca e qualidade de sementes o agricultor precisa se atentar a qualidade do solo no momento do plantio. “A gente precisa de um solo friável, um solo solto e que não fique torrões em cima dessa semente para que essa planta cresça sem nenhum impedimento e forme uma boa planta com todo seu potencial produtivo.”
O potencial produtivo paranaense dependerá ainda das condições climáticas durante toda a safra, e a quantidade de produção ainda é uma incógnita. Segundo ele os estoques baixos no Brasil, somado ao atraso na semeadura levará a falta do grão no mercado.
“Com todo esse atraso da semeadura, tanto aqui quanto em outro estados a gente ainda não sabe se vai produzir toda essa quantidade de soja. Hoje nós temos 20,6 milhões de soja em estoque, só que o Brasil consome 4 ton de soja ao mês e exporta em torno de 7 milhões. Somando isso são 11 milhões de toneladas, como ainda temos 4 meses até a nossa próxima colheita, então teremos 44 milhões de toneladas sendo consumida, mas o estoque é de 20 milhões de ton. Então ao que tudo indica vai faltar soja no mercado, e essa soja tem uma tendência de alta no preço. ”
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