A Secretaria Municipal de Saúde de Corbélia está atenta ao crescimento no número de casos de COVID-19 no município, e busca ampliar a detecção precoce do novo coronavírus para que o tratamento se inicie ainda mais cedo, e o quadro não evolua para casos graves.
Mas, para que seja possível esse trabalho é preciso que os moradores identifiquem sintomas como o cansaço, falta de ar, dor de cabeça e até mesmo uma dor de barriga como podendo ser contaminação por COVID-19, e busque tratamento médico o quanto antes.
Segundo o médico Ronaldo Sotine, que atua na linha de frente da pandemia no Hospital Microrregional em Corbélia, esse diagnóstico precoce de casos suspeitos é possível ser realizado no surgimento dos primeiros sintomas, e que muitas vezes passam despercebidos.
“Qualquer sintoma na situação da COVID-19, até uma diarreia pode ser o COVID, então é muito relativo. Os sintomas são muito parecidos com a dengue. Percebeu qualquer coisa anormal tem que procurar o médico. Não tem o que fazer. Qualquer sintoma vai procurar a assistência, ligar no call center, pedir uma orientação, porque quando os sintomas são muito claros, as vezes já é tarde demais. Poucas pessoas vão evoluir mal, poucas, só que essas pessoas que evoluem mal se deixar pra procurar tarde o tratamento às vezes não vai ter eficácia. Então quanto mais tarde iniciar o tratamento pior.”
A falta de ar é um dos principais sintomas da COVID-19, no entanto, o paciente não percebe a evolução do quadro sem o acompanhamento médico. “O chato dessa patologia é que a pessoa está fazendo hipóxia, está com a saturação baixa, e não percebe o sintoma. Ela praticamente está conversando normal, e vai medir a saturação está em 80, e o ideal seria acima de 95. Por isso que ela é muito preocupante” afirma o médico.
Dr. Sotini esclarece que mesmo as pessoas saudáveis que apresentarem os sintomas leves devem procurar um médico para diagnóstico e acompanhamento do quadro. Segundo ele, mesmo que o caso seja leve é necessária a prescrição de medicamentos antivirais.
“A maioria são sintomas leves, a gente quer que as pessoas venham aqui com os sintomas bem no início. O ruim é quando chega muito grave, que daí não se tem muito o que fazer. Fazer a medicação, e as vezes ter que colocar o paciente no ventilador, e a evolução do caso já aumenta em 50%. Para quem vai para o ventilador já pode ser fatal. Tem que fazer de tudo para não ir. Então quanto mais precoce vir para o atendimento, melhor. Aí a gente já planeja a data para coletar sangue, o próprio SWAB. O SWAB nos primeiros três, quatro dias não tem efetividade. Então é um exame caro, e você não pode ficar fazendo aleatório. Tem que fazer lá pelo 5º ou 6º dia de patologia, mas você também não pode ficar esperando cinco dias pra saber se vai piorar para fazer o exame.”
Segundo Sotine, a COVID-19 afeta de maneiras diferentes cada paciente. A maioria delas apresentará sintomas leves a moderados da doença e não precisarão ser hospitalizadas, mas uma pequena parcela vai evoluir para um quadro grave e precisará de cuidados especializados. Se o diagnóstico acontecer mais cedo, a chance de cura e recuperação da doença é ainda maior. E mesmo não estando internado, o paciente já inicia o tratamento com medicamentos disponibilizados pelo Hospital de Campanha.
“A gente já tem a medicação que faz aqui para o tratamento corticóide, antibióticos para ajudar a diminuir o stress pulmonar. A gente está utilizando mais a Ivermectina com Azitromicina, que é o que tem pra dispor para os pacientes. Quem já está tomando a Hidroxicloroquina normalmente mantém. Tem suspeita já vai com remédio, e a maioria dos remédios a gente já distribui aqui no próprio Hospital de Campanha.”
A detecção na fase inicial da doença não vai somente evitar a evolução rápida do quadro, mas também a contaminação involuntária de pessoas próximas. A transmissão acontece mesmo durante atividades do dia-a-dia de uma pessoa doente para outra ou por contato próximo por meio de toque do aperto de mão contaminadas; gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro ou ainda por meio de objetos ou superfícies contaminadas, como celulares, mesas, talheres, maçanetas, brinquedos, teclados de computador etc.
Em média, os sintomas aparecem após 5 ou 6 dias depois de ser infectado com o vírus. Porém, isso pode levar até 14 dias.
Sintomas mais comuns:
- febre
- tosse seca
- cansaço
Sintomas menos comuns:
- dores e desconfortos
- dor de garganta
- diarreia
- conjuntivite
- dor de cabeça
- perda de paladar ou olfato
- erupção cutânea na pele ou descoloração dos dedos das mãos ou dos pés
Sintomas graves:
- dificuldade de respirar ou falta de ardor ou pressão no peito
- perda de fala ou movimento
De acordo com o Boletim Diária divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde de Corbélia, nesta segunda-feira, 03, o número de casos confirmados no município chegou a 158 pacientes. São 134 casos recuperados, e 20 que permanecem em isolamento e tratamento. O município contabilizou quatro óbitos até o momento.
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