Uma reunião entre lideranças políticas e do setor produtivo das cidades de Cascavel e Toledo, no início da noite desta segunda-feira (16), definiu ações contra a instalação de uma praça de pedágio na BR-467, que liga os dois municípios. O encontro, que aconteceu na Prefeitura de Cascavel, apresentou números e argumentos que apontam que, caso seja instalada, a praça de pedágio seria nefasta para a economia dos dois municípios.
No encontro, as lideranças recomendaram ainda que a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) vote pela inclusão das rodovias estaduais para a nova concessão rodoviária federal. A proposta da delegação das estradas estaduais ao governo federal começou a ser analisada pela Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicação da Alep, mas pedido de vista adiou para esta terça-feira (17) o debate da proposta.
Juntos, Cascavel e Toledo, que são detentores dos dois maiores VPBs (Valor Bruto da Produção) do Paraná, possuem população com mais de 500 mil habitantes e diariamente há um grande fluxo de deslocamentos entre moradores das duas cidades pela rodovia.
Para o prefeito Leonaldo Paranhos, os dois municípios têm dado grande contribuição ao Brasil e uma praça de pedágio bem no meio dos dois municípios seria um “estorvo” às duas cidades.
“É uma luta respeitosa, até porque nós temos números, temos argumentos, e eu tenho certeza que esses números, essa defesa organizada haverá de encontrar a sensibilidade do presidente Bolsonaro, a sensibilidade do ministro Tarcísio que faz um grande trabalho. A reunião de hoje, feita com lideranças das duas cidade é para dizer que nós vamos continuar fazendo as nossas conquistas de forma organizada”, destacou Paranhos.
Para o prefeito de Toledo, Beto Lunitti, há razões para reivindicar que essa praça de pedágio não seja instalada. “Essa praça de pedágio vai encarecer a vida de todos. Sangra o bolso dos cascavelenses, sangra o bolso dos toledanos, portanto, é tirar recursos nossos para botar no bolso das concessionárias para fazer com que parte disso seja investido em obras em outras regiões”, avaliou. Segundo Lunitti, é uma luta pacifica, coesa, inteligente e determinada que será levada para Brasília.
Uma comissão envolvendo as Prefeituras, Câmaras de Vereadores e entidades do setor produtivo das duas cidades, além deputados pretende ir a Brasília para uma audiência com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, apresentar os argumentos regionais contra a praça de pedágio. A comissão pretende, inclusive, ser recebida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Após o encontro de hoje, as lideranças gravaram um vídeo que será encaminhado ao presidente Bolsonaro.
A reivindicação é com base em números técnicos e as duas cidades rechaçam o uso político do tema para eventuais campanhas eleitorais. “Temos que ter cuidado para não responsabilizar quem não tem responsabilidade sobre o tema”, diz Paranhos.
O deputado estadual Gugu Bueno também participou do encontro. Junto com outros deputados da região oeste ele vai apresentar um requerimento na Assembleia Legislativa que será enviado ao ministro Tarcisio pedindo uma atenção especial para a questão da praça de pedágio.
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