Economia volta a reaquecer e investimentos em imóveis começam dar os primeiros sinais de retomada.
Reportagem Original Publicada na 8ª Edição da Conexão Revista lançada em Dezembro/2019
Por Lindiagane Silveira
As expectativas para o mercado imobiliário já eram positivas no início de 2019. O cenário promissor com o novo governo deixou os investidores, e consequentemente o mercado, animados, mas até o fim do primeiro semestre a construção civil andou a passos muito lentos, mesmo os indicadores apontando para a retomada do crescimento no mercado. O déficit de imóveis disponíveis para a venda é um dos fatores que continuam apontando para a recuperação.
Após anos de baixa, o mercado imobiliário começou a dar sinais de recuperação em meados de 2018. Passando por um período de transição, o setor volta a enxergar oportunidades de crescimento, com a baixa da taxa Selic e a redução de juros nas linhas de financiamento.
O primeiro sinal veio depois de cinco anos seguidos de queda. O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, subiu 0,4 ponto em outubro, para 87,5 pontos, após ter recuado 0,5 ponto no mês passado. Em médias móveis trimestrais, o índice aumentou 0,7 ponto, mantendo a tendência ascendente pelo quinto mês.
O presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) Leonardo Pissetti, explica que a crise econômica dos últimos anos e aumento na população gerou uma demanda reprimida. “O estoque de imóveis está abaixo da média de mercado, o que também implicará numa atualização do preço de vendas dos imóveis novos.”
E essa busca por um imóvel novo para investir já voltou a ser sentida com ainda mais força pelas imobiliárias do Oeste do Paraná. A Gerente Comercial da Lokatell de Cascavel, Silvana Selvo, recebe diariamente investidores que decidiram direcionar as reservas que estavam apenas em aplicações bancárias para imóveis, e o objetivo é único: obter renda.
Em busca aumentar a lucratividade com imóveis, os compradores também estão migrando para um novo formato de locação, com contrato BTS (build to suit).
O formato surgiu nos Estados Unidos há mais e uma década, e nele o investidor constrói o empreendimento imobiliário de acordo com os interesses do locatário. O locatário por sua vez se compromete em ocupá-lo por um longo período, alguns contratos chegam ultrapassar os 25 anos. Mas, esse tempo é calculado de forma que os valores pagos de aluguel cubram os custos da construção do empreendimento.
Os investidores que apostarem nessa modalidade garantirão, além do contrato de locação maior, o lucro acrescido. “Normalmente a locação gira em torno de 0,5% do valor do imóvel, então quando vale R$200 mil, 0,5% é o valor da locação. No comercial a gente consegue um pouquinho mais. Nessa modalidade BTS consegue chegar um pouco mais, em torno de 0,7%. E o bom é que é em longo prazo essa locação, então por muitos anos você vai ter essa locação ali. O imóvel valoriza, então além do 0,5% que você ia ganhar do imóvel guardado na poupança, você ainda tem a valorização do imóvel”.
Se a busca por imóveis comerciais é alta, a procura por moradia também já é sentida, principalmente pela frequência de lançamentos de novos condomínios e apartamentos feitos por incorporadoras e Leonardo Pissetti confirma “Todas as nossas construtoras e incorporadoras associadas estão com novos empreendimentos programados para o próximo biênio.”
Para Silvana essa valorização não fica restrita a grandes centros urbanos, e todas as cidades em torno de Cascavel também estão alcançando altos patamares por diferenciais únicos e tradicionais de cidade pequena, a segurança e tranquilidade que oferecem, e Corbélia é uma delas. “Ela está muito próxima da gente. Temos construtores de Cascavel que investem lá também em condomínios, que agregam muito valor. Aquele viaduto que saiu na entrada, a cidade está ficando com uma cara boa. Temos clientes comprando imóveis em Cascavel que tem imóveis em Corbélia também.”
E estar próxima à Cascavel vai ser o grande impulsionador de investimentos imobiliários no município.
“Corbélia tem pessoas que vem de fora. Não tem tanto investimento ainda, mas vai ter, e o que teve vendeu. Está valorizando, e que o padrão está melhorando, a cidade melhorando muito, a tendência é valorizar e cada vez mais gente procurando para investir. Vão procurar Corbélia porque já da para morar lá e ir para Cascavel trabalhar. Temos pessoas em Corbélia que tem filhos que estudam em Cascavel, então vai valorizar”.
Em um levantamento realizado na Secretaria de Obras do município de janeiro à 20 de novembro deste ano foram solicitados 61 alvarás de construção e reforma. O mês que mais houve solicitações foi em junto, em que 14 foram solicitados. Apesar do reaquecimento do mercado, os números apontam por uma oscilação entre o meses.
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