As mudanças prometidas pela inclusão de uma nova ferrovia na região Oeste projetam uma realidade ainda mais pujante para Toledo, município com maior Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP) do Paraná. A cidade avalia a possibilidade de construir um terminal ferroviário nos próximos anos para acompanhar a Nova Ferroeste, que vai conectar o Porto de Paranaguá a Maracaju, no Mato Grosso do Sul.
A ferrovia foi tema de uma palestra na última terça-feira, 30, no auditório do Centro de Eventos Ismael Sperafico, organizada pela prefeitura do município e a Associação Comercial e Industrial de Toledo, com a participação de técnicos do Plano Estadual Ferroviário. A Nova Ferroeste está em fase final de licenciamento ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). O projeto será levado a leilão na Bolsa de Valores e a empresa ou consórcio vencedor vai construir e explorar a ferrovia por 99 anos.
“Nós vamos nos movimentar nos próximos meses para apresentar para a sociedade civil uma proposta de um pátio de movimentação porque somos o maior consumidor de soja e milho da região, além de sermos os maiores produtores de proteína animal do Estado. Tudo está fluindo para que a gente viabilize esse projeto aqui”, afirmou a presidente da ACIT, Anaide Holzbach.
A ideia é que o novo terminal seja instalado numa área localizada próximo à saída para Assis Chateaubriand, no distrito de Ouro Preto, a poucos quilômetros do futuro trilho da Nova Ferroeste. “Ali o espaço é bem adequado para essa finalidade. Agora a nossa intenção é oferecer esse estudo de viabilidade e convocar o setor produtivo para contratar uma empresa para executar o projeto”, explicou o prefeito Beto Lunitti.
Toledo lidera a produção agropecuária do Paraná com VBP de R$ 4,2 bilhões. Além da soja, a produção de suínos é responsável por 30% de tudo o que é produzido na cidade. São aproximadamente 1,7 milhão de cabeças abatidas por ano. O Paraná é o segundo maior produtor de suínos, atrás apenas de Santa Catarina.
O município tem 150 mil habitantes e está localizado a apenas 48 km de Cascavel, ponto de conexão entre chamado tronco principal da Nova Ferroeste (Cascavel – Paranaguá) e os três ramais (Foz do Iguaçu, Maracaju e Chapecó). Fazem parte do projeto da Nova Ferroeste os terminais já existentes e em operação localizados nos municípios de Guarapuava e Cascavel.
A cidade tem 1.009 empresas ligadas ao agronegócio, algumas entre as maiores do País. O setor é responsável por 28% dos empregos de Toledo.
Para coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, a sinergia entre o tipo de carga e o volume gerado no município justificam o empreendimento, uma vez que a maior parte da produção segue com destino ao Porto de Paranaguá para exportação. “Toledo tem uma capacidade imensa de gerar carga para a Nova Ferroeste, muito superior a qualquer município. Certamente esta região terá que ser contemplada com algum tipo de terminal”, afirmou.
A Nova Ferroeste fará a ampliação e modernização da atual Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava. A nova malha ferroviária vai ligar o Mato Grosso do Sul a Paranaguá. Com extensão de 1.567 km de trilhos, ela vai impulsionar o desenvolvimento econômico dos três estados envolvidos, além do Paraguai e Argentina. Com fretes mais baratos e grande capacidade de carga, as ferrovias também são menos poluentes que o modal rodoviário. O investimento total do projeto está estimado em R$ 35,8 bilhões.
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