
Tenho que fazer um trabalho — uma crônica, para ser exato — e tenho que terminá-la até amanhã cedo.
Desmotivado, de frente ao meu caderno permaneço. Olho para o lado, deito-me sobre o caderno, ergo a cabeça para constatar o tempo… nem um minuto se passou.
Pego meu celular, pesquiso sobre crônicas, depois sobre contos, logo sobre poemas, daí sobre poesias. Pesquiso sobre músicas… agora estou ouvindo músicas. A bateria acabou. Olho para o relógio lentamente: duas horas se passaram.
— Droga.
Volto-me ao caderno de novo, focado desta vez, e penso. Penso mais um pouco…
— Pode ser.
Escrevo: “Uma ou duas semanas atrás fui a uma festa de aniversário.”
— Não, não gostei.
Olho o caderno de novo, retiro a folha brutalmente, já estressado. Imagino outra história.
— Hum!… Não.
— Talvez? Nunca!
De repente…
— Já sei!
Pego meu lápis, entusiasmado, pois finalmente pensei numa história que dá crônica.
Escrevo: “Tenho que fazer um trabalho — uma crônica, pra ser exato…”
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